obumda...
banda bloco bumbo baqueta bateria bamba bando boca beiço beijo
bela brega bisca bola baba bica bossa bunda bosta brejo babilônia
belém brás bixiga blague briga bambu bombeta berro bala bombarda
..bomba...
bum!


sexta-feira, 13 de maio de 2011

bodas- profinds


Trinta e um dias! É o que te resta, querida! Desta vez não falhe! É assim. Maio. Está tudo como deve ser. Você está pronta. Seu corpo ereto e sinuoso como o tempo permitiria, inclusive o do relógio da academia.

Mas não pense, nem corra muito atrás! Não frequente os mesmos lugares. Vá ao parque. Nem troque antigos olhares. Ande descalça, nunca falsa. Esqueça aquela calça. Suas saias não são vulgares.

Permita que outros cheguem, mas não queira segurá-los como antes. Também não deixe outros passarem assim, sem ao menos arranhar um tanto. E... não ande de mãos abanando. Se um dia quis ter alguma certeza, esqueça! O que se pode, talvez, é segurar pela ponta ou um canto.

Você já me mudou algumas vezes. Eu tive que aceitar. Eu era maior, mais volumoso, até gostoso. Fui feito com finos tecidos e estampa. Mas os fracassos me encurtaram. Tudo pra me adequar. Não importa!

Se tudo isso não der onde se quer mais, é preciso ir, ainda, pra mais outro encontro, mas nunca mais fugaz.

Eu não te caibo mais. Pode me deixar assim, aqui, no chão do armário. Eu, branco, alvo, altivo, caudado, colado, bordado e rendado, a grinalda ao meu lado.

Sou quase uma nuvem sem encanto, nem sustento. Espero que não venha me buscar, me emprestar, nem mesmo que seja pro dia do seu casamento.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

longe? - trova traquina

                            não posso ir, lá é muito longe
                            digo isto pra não me imiscuir
                            então, taí: a distância só depende
                            do mapa que cada um tem em si?


domingo, 8 de maio de 2011

aquela - profinds

acorda muito cedo, quando ainda devia estar menina. olhos grudados de ramela, nem lava, nem enxuga, esquenta a água da panela. uma criatura de quatro e outro de cinco pra alimentar às seis. às sete tem caderno, lápis, com professor mal remunerado ou não, com telhado pingando na cabeça ou não. se sente bem em escrever até pesadelos. volta pra tomar o que a fé trouxe no dia anterior. tem pão pra evitar o desmaio. vai com manteiga ou no taio.

tem idade pra ser filha, mas cuida dos de seu sangue feito a que pariu, aquela que sai mais cedo pra lavar, passar, cozinhar e deixar umas gotas de suor na casa do doutor. o que ajudou a fecundar tá há três noites acordado, não adormece, por aí, lugar que todo mundo ouve falar, mas não conhece.

começa a ter desejos e sonhos, não bem como os da princesa da televisão do vizinho. quer ter a mesma gana da genitora, que já tá acordada quando ela acorda. que já tem a comida pronta quando bate a fome. que pra feiura da rua tem beleza. que já tem o colo pronto pro aconchego da tristeza.

e assim ela caminha, em passos quase exatos. nas quedas conta com os seus pra ser amparada em almofadas de afetos. seus olhos brilham com o nascer do sol e das estrelas. seus olhos também perfuram quando os próximos são amordaçados em masmorras dos tempos de agora. não admite, não aceita, não ignora.

está cuidadosa porque não quer ter nobres descendentes tão já. azar das hienas famintas e risonhas que rondam a redondeza. ela já percebe que tem curvas e cheiros mais do que suficientes pra capotar qualquer marmanjo rodado que se aproximar. nem vem! ela tem um nariz lindo e todo mundo sabe que ela é dona dele. mais ninguém.

ela se ilumina com a presença de algumas pessoas, umas antigas, outras novas. conhece quem quer e quem queira. assim está posto. algumas delas poderão compartilhar, daqui a pouco, a mesma fortaleza e doçura dessa nova mãe, a seu tempo, a seu gosto.

(é o princípio do começo - evoé!)