obumda...
banda bloco bumbo baqueta bateria bamba bando boca beiço beijo
bela brega bisca bola baba bica bossa bunda bosta brejo babilônia
belém brás bixiga blague briga bambu bombeta berro bala bombarda
..bomba...
bum!


sexta-feira, 27 de maio de 2011

segura ela - profinds


ela perdeu a pose, a posse
ganhou uma tosse, mas não esqueceu da dose

perdeu o que nem tinha muito - os contos de réis
mas não o canto

espantou o espanto / aconchegou o choro

rebateu o machado do carrasco / ganhou a coragem do condenado

de eu, tu, ele, nós, vós, tios, tias e primas cuida ela,
menos muito dela

já ganhou o mundo quando comeu carne depois de um mês e resistiu como tantas outras. mas outras tantas só comeram quando ofereceram carne pro freguês.

suas roupas pega na calçada, não da fama, mas da madama. ela está sempre na moda.

se dá bem com um vizinho, mas prefere dar bem com um bem que conheceu no caminho.

faz tempo que sabe que mulher pode ser presidente. ela manda na sua casa e na da namorada.

e assim vai ela, viela acima, ladeira abaixo. virando esquinas, os filhos do lado, botando receio em homem que acha que ela é gato e sapato.

aí dança, plaibói!

porque ela é felina e tem o salto, bem alto.

(na ilustração, iyewa)

quarta-feira, 25 de maio de 2011

assim, assim - trova traquina

                               o ar sumindo com a serra elétrica
                     a liberdade de expressão alguém tungou
                     são poucos os convidados pra festa
                     jura que o mundo ainda não acabou?

domingo, 22 de maio de 2011

idosetude - haicaiaqui

                                             envelhecer é bom
                              quem não fica velho
                              já morre jovem, brou

Improvisando


Sobrevivendo com pouco, o improviso é diário
Com salário que nem dá pra rechear o armário
Vai mais um Tio, passando despercebido na rua:
Herói do dia a dia e não do Play Tec Toy


Vencendo as batalhas de esquina em esquina
Improvisando o trampo como quem improvisa uma rima
Malandro em cima da hora acorda o povo da hora
Sem medo: senhor, senhora, os que rí, os que chora

Em punga pra qualquer situação vai pro arrebento
Sai de casa pra buscar o sustento
Com a marmita batucando no fundo do buso
Bate garfo, bate fome, bate sono, bate tudo

Louco pra chegar em casa e dar um beijo na Dona
Brinca com o filho na rua, calçada vira poltrona
Vários são os problemas em condições precárias
Improvisando o povo busca soluções diárias

Não tem pipão? peixinho, peixinho não, bixeira
Bixeira é capuxeta, só folha sem vareta
Sem linha vai emenda, não vai cortar embola
Só linha de costura, bóra empinar sacola

Era foda, na hora era o que tinha
Com o maior orgulho apontava pro céu: aquela é a minha
Por isso nunca achei o valor na etiqueta de preço
E agradeço cada ripa que reforçou o meu berço

“Ò nóis colando o açúcar no chiclete
Improvisando moto, acelerando mobilete
Não tem adaga nóis ataca o canivete
Enquanto não tem Golf, piso fundo num Chevete”

Sem coleira pro cão? Amarra ele com fio!
Não tem casinha põe telha pra ele não sentir frio
Vivendo por um fio, tem sempre um desafio
Um pelo outro sentimos que nós não somos vazios

Na mesma situação, junto na mesma missão
Os planos podem ser outros mas tem a mesma intenção
Fortalecendo as quebradas com arte e cultura
Nosso grito, nossa música, nossa literatura

Nosso jornal sem página ou cabeçalho
As folhas são os muros, grafitando tem vários
Informação do nosso jeito falado e escrito
Organizando populares em que acredito

-O pobre dá um jeitinho! É o que falam de nós
Então demos um jeitinho falando com a própria voz
Eu tenho a mixa que abre a trinca do mocambo
Não temos grana, voltamos a praticar escambo

Cortaram a luz ? Faz gato, não tem goró? vai mato!
Na casa da vovó lata de goiabada é prato
Relembrar desses fato, até deixou bolado
Por aqui nunca foi fácil se virar com trocados

Por isso dou valor a cada ensinamento dado
Um minuto de idéia e eu já estou renovado
Pra poder ir buscar o melhor, porque não?
Sei que sustenta, mas não quero só o arroz e feijão!

Na nossa vida só vira quem dá um jeito e se vira
Como um vira-lata buscando a solução pra fome
Revira o lixo, se vira, virou esquema : comida
Sacia a fome do vira improvisando Homem

“Ò nóis colando o açúcar no chiclete
Improvisando moto, acelerando mobilete
Não tem adaga nóis ataca o canivete
Enquanto não tem Golf, piso fundo num Chevete”

Fabio Boca, do grupo Diquintal
Primavera -2010