ei! olha lá! lá vai o balão! de mim leva cada letra feita à mão, à meia luz ou ao meio dia, eu sorria, mas era de agonia
de mim, o céu da cidade saberá que de tudo que há, eu mereço e quero a minha parte. já cansei de ser boazinha, mocinha legal e tal. agora também quero livros, tênis, ainda mais amigos e presentes de natal
minha bexiga é tão vermelha como o roxo do soco que tomei e dei. não fujo do osso que roo e corro atrás do filé. minhas palavras no papel levam essas dores que, pela luta, me mantêm em pé
eu subo, subo sim! flano pelos ares de tudo em volta. carrego bem mais que gás. suporto as mãos às vezes mal criadas, outras calejadas. levo sílabas que juntas mostram vidas
não tenho boca, mas meu grito preocupa gravatas. é pouco? grito mais alto e, até rouco, há um coro que não me deixa cair. porque insiste, resiste, não se aguenta e enfrenta.
(em homenagem à "poesia no ar", realizada em abril de 2011, na e pela cooperifa, que lança bexigas com poemas no céu da cidade de são paulo)
(em homenagem à "poesia no ar", realizada em abril de 2011, na e pela cooperifa, que lança bexigas com poemas no céu da cidade de são paulo)
2 comentários:
"não tenho boca, mas meu grito preocupa gravastas, é pouco?"
É muito , é demais!
Tava indagora ouvindo um Caetano de 67: "o céu vai longe, suspenso em luzes de lua morta", Paisagem.
Bravos!!!
abraço
Vasqs
Cai não, balão!
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